As alterações climáticas exigem uma resposta veemente e efetiva, da parte de toda a sociedade. É um dever das gerações de hoje salvar o Planeta para as gerações de amanhã. Exige-se, portanto, uma alteração do paradigma. O PSD, partido que historicamente começou por colocar o ambiente na agenda política, quer assumir uma posição liderante nesta matéria, apresentando uma estratégia a longo prazo para a execução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, dotada de um mecanismo de governação misto que combine abordagens do topo para a base e da base para o topo, e que reconheça formalmente o papel dos órgãos do poder local para alcançar uma Região sustentável.
O Distrito de Leiria, com o seu tecido empresarial e industrial, com as suas áreas territoriais de forte vocação florestal, com o pendor criativo, inovador e empreendedor das suas gentes, vai, com certeza, contribuir para o cumprimento das metas assumidas por Portugal no Acordo de Paris e na COP-26 de Glasgow, que exigem que o País se liberte da dependência externa em energia proveniente de hidrocarbonetos, de forma a atingir a neutralidade carbónica em 2050.
Para esse efeito, o PSD propõe-se implementar instrumentos com vista a aumentar a eletrificação da economia e a incentivar a utilização de energia proveniente de fontes renováveis. Pretende-se, desta forma, promover modalidades inovadoras e limpas de produção energética na região, por exemplo, por via de centrais de biomassa (alinhadas com o setor florestal do Distrito sobretudo a norte e litoral centro de Leiria), produção de energia por via das ondas e marés (com aproveitamento da orla costeira do Distrito), e sensibilização de todo o tecido económico e empresarial para o investimento (comparticipado) em unidades particulares de produção energética fotovoltaica.
Da mesma forma, e tendo em conta que a floresta é o principal sequestrador de carbono do ecossistema terrestre, o PSD considera que o objetivo de neutralidade carbónica só será atingido se forem implementados incentivos à reflorestação, o que constituirá, para o Distrito de Leiria, um instrumento relevante para financiar os produtores florestais, de forma a conseguir-se uma floresta mais ordenada, produtiva, diversificada e economicamente sustentável.
A floresta é uma das maiores riquezas do País, que assume um papel de destaque na economia do distrito de Leiria. Estruturalmente diversa, a floresta do litoral tem como espécie emblemática o pinheiro bravo, diferenciando-se da floresta do interior, cuja espécie dominante é o eucalipto. Porém, este setor depara-se com problemas estruturais como o regime da propriedade essencialmente de minifúndio, muita dela em estado de abandono e sem um registo cadastral, impeditivo de ações de boas práticas de gestão silvícola. Acrescem os problemas conjunturais como a desertificação e o despovoamento que se traduz no abandono do território, outra das variáveis relevantes para a existência de grandes incêndios florestais. A par dos incêndios, e mais recentemente, os agentes bióticos como pragas e doenças têm-se revelado um dos maiores problemas da floresta. Importa por isso criar condições para combater este flagelo, designadamente, com a aposta na investigação científica ao nível da erradicação de pragas e doenças, bem como, na implementação de técnicas, práticas e comportamentos que tornem a nossa floresta menos vulnerável aos incêndios florestais.
Relativamente aos territórios ardidos em 2017 no Norte do Distrito, no chamado fogo de Pedrógão Grande, mas que afetaram todos os concelhos, diligenciaremos para que sejam finalmente reabilitados e para que seja implantada uma floresta multifuncional, sequestradora de carbono, de uso múltiplo, lucrativa, com apoios financeiros e devidamente ordenada em mosaicos florestais de diversas espécies, por forma a torná-la mais resistentes aos fogos. Para isso é necessário mobilizar os proprietários e produtores florestais, para a constituição de Zonas de Intervenção Florestal, de Condomínios florestais, Associações ou outras formas de organização, que possam pôr no terreno as melhores práticas e modelos de organização e exploração florestal. Essa mobilização passará forçosamente pela remuneração dos ecossistemas (captura de carbono) e pela compensação financeira pela perda de produção inicial, que o processo de transformação da floresta, da paisagem acarreta. Sem a adesão dos proprietários não há Reforma Florestal. As Áreas de Gestão Integrada da Paisagem (AGIP) têm de sair do papel e passar efetivamente ao terreno, nomeadamente nestes territórios, sob pena de brevemente não haver população que as implemente.
O PSD defende também a intensificação das ações de reflorestação do Pinhal de Leiria, com informação sobre o seu estado e participação também das comunidades locais e dos municípios envolvidos. Já passou demasiado tempo sobre os terríveis incêndios que o assolaram, para que se não vejam já no terreno resultados das ações de reflorestação – com combate a outras espécies infestantes – que deveriam ter sido implementadas.
O País não se pode dar ao luxo de desprezar este recurso essencial à sua economia, que direta ou indiretamente representa uma fatia substancial do seu PIB. O PSD não o irá permitir.
O PSD pretende ainda tomar medidas com vista a resolver o problema crescente da pobreza energética em muitos municípios do distrito de Leiria, que determina novos investimentos no reforço de redes e na eficiência energética.
Defendemos a criação de uma figura de âmbito local ou até intermunicipal que permita um modelo de planeamento e gestão partilhado pelos atores locais e setoriais, designadamente municípios, sociedade civil, IPL, empresários e organizações ambientalistas.