VISITA DO PRIMEIRO-MINISTRO A LEIRIA – “ROTEIRO PRR”

VISITA DO PRIMEIRO-MINISTRO A LEIRIA – “ROTEIRO PRR”

O primeiro-ministro, António Costa, acompanhado dos ministros da Saúde e da Presidência visitou, na passada quarta-feira, 4 de janeiro, as obras em curso nos Centros de Saúde de Amor, de Parceiros, Azoia e Barosa, inserido no que apelidou “Roteiro PRR”.

Em Leiria encontram-se em execução obras em três centros de saúde, os dois acima referidos, e a adaptação a pólo de saúde do antigo jardim de infância da Bidoeira de Cima, num investimento global orçado em 4 milhões de euros, 3,7 milhões de euros financiados pelo PRR.

O Sr. Primeiro Ministro veio claramente afrontar os empresários Leirienses, a taxa de execução do PRR é escandalosamente baixa e em vez de potenciar a força empresarial do distrito com uma grande execução a este nível, prefere um roteiro onde dá primazia à obra pública em detrimento do incentivo às empresas.

O investimento público é bem-vindo e necessário a Leiria, visto que tem sido notoriamente insuficiente, mas a par deste não podemos ostracizar o motor da economia, principalmente quando falamos do distrito de Leiria.

O Senhor presidente da Câmara de Leiria aproveitou a ocasião para anunciar a conclusão das obras para meados de junho deste ano, sendo que algo não bate certo quanto a datas e valores.

Em orçamento municipal, para estas obras, estão apenas provisionados 1,14 milhões de euros para 2023. Dotações eventualmente a reforçar com a inclusão do saldo de gerência de 2022.

Políticas e prioridades questionáveis, quando em 2022 foram gastos em apenas dois eventos, Leiria Sobre Rodas e Leiria Cidade Natal, mais de 1,25 milhões de euros, sem considerar gastos de energia, consumos e recursos municipais.

Esperamos que, ao contrário dos mais de 200 mil euros gastos em floreiras, o facto do investimento ser financiado por fundos comunitários não signifique que se possa pagar caro e gastar mal gasto. É dinheiro dos contribuintes leirienses, nacionais e europeus.

Tão ou mais importante que as instalações, são os recursos humanos necessários para a satisfação das necessidades da população no acesso aos cuidados de saúde primários e hospitalares, e a esse o nível o défice é notório – urgências do hospital de Leiria sistematicamente encerradas, elevados tempos de espera para cirurgias e consultas de especialidade, falta de médicos de saúde familiar nos centros de saúde o que conduz à dificuldade de agendamento de consultas em tempo oportuno.

Não podemos deixar de nos congratular com a entrada de 38 médicos internos de formação geral, 21 médicos internos de formação específica e 12 médicos de formação em medicina geral e familiar. Fazemos votos que exista a capacidade de, após a conclusão da formação (1, 5, e 4 anos respetivamente), promover a fixação destes profissionais no quadro dos estabelecimentos de saúde do Concelho de Leiria, contribuindo assim para o aumento efetivo de recursos médicos e atenuar as deficiências ao nível da prestação de cuidados de saúde.